segunda-feira, 28 de julho de 2008

Pobreza e pitadas de safadeza

Palavras que terminam com "eza" são legais... Pode pensar aí que existem várias: beleza, esperteza, medonheza e, claro, princeza.

Mas esse par, pobreza-safadeza, é o mais impressionante. O cara "pobre" (classe média média para baixo) é o ser mais safado que pode haver com seus iguais. É impressionante. Dentro de um ônibus fingi não ver o estudantes com cadernos ou a velhinha em pé, se vc está pedalando, os carros que te fazem temer pela vida são aqueles fiestas, corsas, palios e gols antigos... se param para falar mal de alguém, é dos vizinhos...

Sempre acreditei nessa relação nessa camada da população, e só venho a ter mais certeza disso. Estou indo ao estágio de bike, e minha bike não é um exemplo bom de bike, seu guidon é alto, sua cor, uma espécie de rosa escuro, está queimada, o bagageiro está pintado de preto para esconder a corrosão, e sua correntes e todo o sistema de engranagem, também no processo de enferrujar. Mas a Magali é confortável!

Então, recentemente fui trabalhar no fator crucial da engranagem e resolvi pedir um pouco de óleo numa das oficinas que existem no caminho. Parei, vi um cabra da oficina saindo do fundo da loja (onde ocorre o mão na massa) e vindo para o balcão.
-Opa, bom dia... vc poderia me passar o óleo para por um pouco aqui na corrente?
-An?
-Passar um óleo aqui na corrente que tá enferrujada.
-Espere
E o elemente criminoso foi no balcão.... fiquei uns 2minutos com cara de idiota com enfase. Qd ele saiu voltei a retrucar...
-E então amigo?
-Ah rapaz, o óleo acabou.
-Beleza, valeu.

Fiquei imaginando como seria um trabalho numa oficina sem óleo... seria tipo um professor ir dá aula sem quadro, um aluno ir pra aula sem caderno, um engenheiro se formar sem usar calculadora, um cara ter um carro sem volante... imaginei mil coisas no relés trajeto de volta. E fiquei impressionado: o cara me viu de bike, o que desde já ele deveria encarar com um cliente em potencial, mas ainda assim negou uma porra de óleo de máquina. A minha conclusão final foi que, se pudesse, enfiaria no cú desse rapaz 2litros de óleo de máquina enquanto gritava no ouvido dele: "Seu féla da puta burro!! vá ser ruim assim na casa do caraleo seu marico viado!! Tá vendo óleo aqui? Vc vai engolir tudo agora!!!"

Aí depois pensei que isso era bastante doentio... aí apertei a pedalada com mais força.. o desgaste físico direciona a mente.... isso é legal.

Mas depois retomei esse pensamento, de porquê negar gotas de óleo... imaginei se tivesse parado de carro, um carro bom e do ano, se o comportamento seria o mesmo. E acredito que não seria.

O tratamento entre iguais é muito sutil... parece que quando há algum tipo de identicação social, há imediatamente uma vontade de se sobressair.
"Ambos pegamos ônibus, mas eu estou sentado. Rá"
"Ambos dependemos de uma bike, mas quem possui ferramentas e acessórios sou eu. Rou"
"Votar em político classe média? Nem... o que ele vai querer roubar só sabe Deussss. VOu votar é no rico logo que rouba menos pq já possui mais." (isso eu já ouvi mesmo).
Vc está lá para subir no buzu, qd uma senhora via descer pela porta da frente... vc a espera enquanto percebe um elemento correndo para pegar no buzu, quando a senhora desce, o corredor passa a sua frente e sobe como se voce fosse um manequim..... esse povo é horrível, esse comportamento é sofrível e está acima do limite da educação, pois, ao meu ver, é uma percepção de vivência mesmo. Pessoas que parecem não saber viver e não ter ouvido ainda música de Titãs, pessoas cujas ausência nessa Terra provocaria uma grande vantagem (são essas que lavam a calçada com água correntes pq o vizinho tbm faz).


Agora, eu vejo que pode não ser necessariamente uma espécie de "safadeza", mas burrice mesmo.

Odeio gente burra, só faz atrasar a vida.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Crossroads...


Que nada mais é que "Encruzilhada" em inglês... pq, o que mais pode ser a vida que a decisão por caminhos a seguir. Há aqueles que pensam e aqueles que não pensam.. que agem por impulso, que agem sob um senso comum ou que agem sobre seu próprio senso (independente de estar fluindo com perspectivas ruins ou boas).

Por exemplo, estou eu aqui agora, no período de trabalho, digitando o primeiro post dessa onda. Muitos, minto, alguns poucos, estariam utilizando este tempo para evoluir seu conhecimento sob uma opção simples e lógica: se estas 4horas são destinadas a trabalhar, e nada tenho a fazer, vou aqui ler meu livrinho de boas e não estarei perdendo tempo.. vou estar aprendendo algo e talz...



Concordo plenamente com esse cidadão, inclusive a ponto de querer se ele por breves instantes, e logo após não querer mais. Mas, devo ter uma melhor idéia deste ponto amanhã, quando pesará na consciência ter na consciência isto e continuar nessa mar de leite azedo.


Há ainda aqueles momentos em que vc escolhe aquele caminho serene, mas jogam-te tempestades equivocadas ou, simpleste, te fazem um muro de Berlim flutuante, que tenderá a estar sempre 1metro atrás de você. Neste ponto, ou vc para na vida ou segue andando em frente, não sem antes pedir ao muro o prazer de conceder nele uma bonita pichação.


Caminhos são sutis.... é um tal de "sim ou não", "isso ou aquilo", "assim ou assado".... no fundo, no fundo, queria escolher tudo... algumas coisas deixo passar tranquilamente e taco-lhe um tiro de meta. Mas a sutilidade é um armadilha. Como também pensar demais ou pensar de menos (mesmo agora penso "porra, pq tudo junto é separado e separado é tudo junto", em analogia a "demais e de menos", entendeu?).


Mas, ainda há aqueles que miram um caminho longíquo, estando disposto a passar por quaisquer que sejam os caminhos para chegar naquele mirado. Alguns insitem em chamar isso de "sonho", encaro apenas como, efetivamente, um caminho a trilhar.. admirando as suas margens e seus horizontes...
Há ainda uma margem de dúvida, afinal, um caminho seria algo que te leva para algum lugar... ou não? Também opto pelo "ou não". Imagine você um pilo de fórmula 1, que tendo aquele circuito fechado, decide percorrer pelo gramado, mandando para o inferno aquelas porras de voltas sem fim, parecendo um peão doido rodando. Então, foi uma escolha de destruiu completamente o objetivo comum, uma conclamação pelo prazer fugaz e momentâneo de dirigir aquela super-máquina por cima da grama... e depois?!
Ah pow, depois ele perdeu a corrida.. mas não deixou de passar por cima da grama.
Entende?